#167784
Paulo Sousa
Convidado

No seguimento do episódio que relatei anteriormente:

 

Ontem, Sábado deitei-me às 6 da manhã planeando dormir até tarde . Surpresa, não consegui. 9 da manhã tive um recital de Basset Hound, já exasperado pela situação bati três vezes na cama para demonstrar pelo gesto o desrespeito pelos outros e o incómodo causado . Talvez  os vizinhos do lado percebessem caso tenham ouvido. Levantei-me, bati com portas, atirei com as coisas pelo ar. São já pelo menos 6/7 meses desta merda. Cheguei a estar de baixa médica por excesso de stress no trabalho e durante o período de repouso tive que suportar esta falta de civismo, esta arreliante falta de regras adquiridas de que incomodar os vizinhos é uma coisa errada como quem explica  a uma criança.
Já tinha falado com o dono do animal que me prometera tomar medidas, o que se traduziu por limitar-se (creio) a recolher o cão do quintal durante o período abrangido pela lei do ruído mas que mesmo assim se tornou insuficiente uma vez que quando chego a casa depois de um dia cansativo de trabalho continuei a  gramar com o animal de estimação alheio no quintal junto ao meu. Outrora já havia contactado a PSP para saber como agir e qual o enquandramento legar do ruído e fui esclarecido de que embora exista uma janela horária de ruído, o mesmo está sujeito a limites como determinado nível de decíbeis, como de frequência e incómodo.  Acrescento que o cão até incomoda quando calado porque a qualquer momento entre o silêncio irrompe um ladrar indiscritível que tem feito cacos da paciência de uma pessoa.  Chamei a polícia finalmente e como o cão se calou interpretei que a PSP muito discretamente já tinha ido falar com os vizinhos em causa.
Tendo terminado o barulho, com os olhos irritados de sono, ombros doridos pelo stress decidi voltar à cama para aproveitar o Domingo quando pela janela do quarto, pelas 11 horas,  ouço alguém a brincar com o cão que estava calado. Só pensava que quem quer que estivesse a meter-se com o cão ia conseguir faze-lo começar outra vez, e feito. Resmunguei : “Parabéns pá! Querias fazê-lo ladrar outra vez conseguiste! ” . Começou uma série de latidos, no mínimo um minuto (!) a ladrar ininterruptamente com um poder de som incompreensível para um animal de porte médio.  Liguei novamente para a PSP, o que eu desejei que ouvissem pelo telefone o que tenho ouvido a 5 metros de distância. Não atenderam. Vesti-me , duche por tomar, meio alienado pela rua fui à esquadra. ´Tenho várias testemunhas que me apoiarão em caso de queixa mas inicialmente a intenção fora só fazer a PSP deslocar-se ao local para mandar calar o cão e para que percebessem que quando alguém chega ao ponto de chamar a polícia é porque algo não está certo. Explicaram-me que a queixa deve ser apresentada na Câmara Municipal mas que iam mandar lá alguém. Vim para casa e passado uns minuitos ouço os rádios da polícia na rua. Deixei-me ficar na sala. Embora fosse importante para mim saber do conteúdo da conversa entre o vizinho e a PSP sentia-me incomodado pela ideia de andar a escutar conversas atrás da porta. Porém ao passar para a cozinha não pude deixar de ouvir o vizinho dizer que todo o ruído tem sido entre o horário estabelecido (há umas semanas acordou-me ás 6:30 e por causa disso ia adormecendo e chegar tarde ao trabalho) e que já tinha sido avisado por um vizinho e que neste caso se houvesse alguém que e queixasse que o fizesse directamente. Passei-me Abri a porta e apenas fitei-o nos olhos. Se insinuava que estava a denunciá-lo secretamente deixei bem claro que não era o caso e que se fosse necessário desmentir alguma coisa eu estava ali para fazê-lo. Lá continuou a falar com  a PSP por mais alguns segundos entrou para casa , a PSP foi-se embora e eu vim para dentro também. Pelo que me apercebi vai continuar a deixar o cão ladrar durante o horário de ruído. Amanha sigo para a Polícia Municipal.
Chega de  falta de civismo e de chicoespertismo. Aqui na zona toda a gente tem um cãozinho na varanda a ladrar, muitas vezes à noite. Falta de respeito.
Começo a abominar pessoas que são donas de animais e que desrespeitam totalmente o descanso dos outros e tão farto desta trampa , só de escrever isto sinto os ombros completamente doridos desta falta de paz que este analfabetismo cívico alheio me está a causar.